quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Artigo


Aprendizes de futuro
CARLOS AUGUSTO/ Especial DC


Rígida disciplina e uma opção de ensino de qualidade. A Escola de Aprendizes-Marinheiros de SC é, hoje, muito mais do que uma reprodutora da frase "Educar para servir à pátria". Desde a primeira turma, a Afir, de 1950, até a turma que se forma no final deste ano, a Zulu, os alunos da escola do Estreito, na Capital, podem até não ter o sonho de infância de vestir a farda branca, as as melhorias na vida daqueles que se formam são notórias.

Alessandro Joaquim de Oliveira, 19 anos, está no 11º mês do curso e já é capaz de analisar que as oportunidades que teve vão muito além de ganhos palpáveis:

- Aqui nós aprendemos lições de responsabilidade, disciplina, valores que nos tornam melhores profissionalmente e, também, como cidadãos - explica Alessandro, que trocou o curso técnico e o estágio na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, pela carreira na Marinha.

Uma das principais características da escola é o alto índice de cariocas matriculados. Eles são cerca de 70% dos alunos. Isso pode ser explicado pelo fato de a capital fluminense possuir todas as escolas superiores da Marinha, para onde os grumetes (esta é a designação dos estudantes) vão após formados, e por lá não existirem esses colégios.

Mesmo estando na pequena minoria de manezinhos, quatro de 370 alunos, Murilo Pedro Demarchi, de 19 anos, entrou este ano e já é o primeiro colocado do curso, termômetro daqueles que se destacam nas avaliações teóricas e práticas. Morador do Bairro Estreito, ele confessa:

- Eu já conhecia um pouco e entrei também por me identificar com os filmes sobre marinheiros - conta ele.

A diferença no ensino é notada, ainda, pelos professores, divididos entre militares e civis. As disciplinas são classificadas em ensino básico (matemática, português, física, inglês) e ensino militar naval, com instruções técnicas a respeito das atividades de um fuzileiro. Mesmo mantida pelo governo, a Escola de Aprendizes-Marinheiros apresenta uma educação de alto nível. Leonice dos Reis Passarella é professora de inglês e afirma que ali as coisas são diferentes.

- A diferença é gritante. Eles têm muita disciplina e muito respeito pelo professor.
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Fonte: Diário Catarinense (www.diariocatarinense.com.br)
Edição: 7903 - 29NOV2007 - Seção Gente
Foto: Daniel Conzi