quinta-feira, 9 de junho de 2011

Batalha Naval do Riachuelo



No dia 9 de junho de 2011 a Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina comemorou o 146º aniversário da Batalha Naval do Riachuelo - Data Magna da Marinha. O evento contou com a presença de autoridades locais, militares, familiares dos agraciados e personalidades ilustres.


Foi realizada a leitura da mensagem da Presidenta da República DILMA VANA ROUSSEFF e da Ordem do Dia do Comandante da Marinha - AEsq MOURA NETO.

Hasteamento dos sinais de Barroso

- Mensagem da Senhora Presidenta da República, Dilma Rousseff, por ocasião da comemoração do Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, Data Magna da Marinha, e da imposição da Comenda da Ordem do Mérito Naval:

A Batalha Naval do Riachuelo, em 11 de junho de 1865, foi um evento decisivo na Guerra da Tríplice Aliança e o ponto culminante da ação então protagonizada pela Marinha do Brasil.

Reverenciar, neste dia, a Data Magna dessa Arma é enaltecer as qualidades mais nobres do povo brasileiro.

As lições heróicas do passado servem de inspiração para a execução, no presente, das muitas responsabilidades da nossa Marinha.

A defesa da Pátria; a segurança do tráfego aquaviário; o patrulhamento do oceano e dos quarenta mil quilômetros de calhas fluviais navegáveis; a salvaguarda da vida de pessoas; e a prevenção da poluição encontram sustentação na atitude profissional e desprendida dos homens e mulheres que servem nessa Instituição exemplar.

Destaco, nesse contexto, a importância da assistência médico-hospitalar prestada pelos “Navios da Esperança,” que levam apoio de saúde a populações carentes das regiões norte e centro-oeste.

A presença constante da Marinha em nossas águas jurisdicionais, na “Amazônia Azul” e nos rios da Bacia Amazônica e do Pantanal, é garantia da segurança do País e constitui motivo de particular orgulho para os brasileiros.

A decidida defesa dos interesses do Brasil é fundamental para a consolidação de nosso projeto como nação próspera, democrática e soberana. As recentes descobertas de riquezas minerais na plataforma continental impulsionam o progresso e, ao mesmo tempo, aumentam nossas responsabilidades de defesa.

Neste momento, sei que há marinheiros brasileiros patrulhando nosso mar, em cuja gigantesca área de quatro milhões e meio de quilômetros quadrados se encontram as regiões de exploração de óleo e gás, inclusive as reservas do pré-sal.

Daí a importância de a Força ser dotada de Navios-Patrulha capazes de executar essas tarefas da forma mais eficiente, atuando, em particular, na área onde se encontram nossas principais bacias petrolíferas.

Nesse mesmo contexto estratégico insere-se o Programa de Desenvolvimento de Submarinos, respaldado pelo bem-sucedido Programa Nuclear da Marinha.

O desenvolvimento da capacidade nacional de superação das dificuldades tecnológicas nessa área permitirá, juntamente com a renovação e o aparelhamento da Esquadra, a constituição de um instrumento de considerável poder dissuasório.

Deve ser destacada também a participação dos marinheiros e fuzileiros navais brasileiros em missões de paz e humanitárias, sob a égide da ONU e da OEA. Essa valiosa contribuição da Marinha corrobora o compromisso brasileiro de tornar o mundo cada vez mais pacífico.

Nesta oportunidade, na qualidade de Grã-Mestra da Ordem do Mérito Naval, tenho a grata satisfação de cumprimentar as Senhoras e os Senhores agraciados com essa alta condecoração.

Integrantes da Marinha! Homens e mulheres, militares e civis que se dedicam com afinco ao serviço da Força Naval! Orgulhem-se do uniforme azul e branco que envergam, com galhardia, no dia de hoje. Parabéns, Marinha do Brasil!

DILMA ROUSSEFF
Presidenta da República Federativa do Brasil



- Ordem do Dia do Comandante da Marinha:

MARINHA DO BRASIL
BRASÍLIA, DF.
Em 11 de junho de 2011.

ORDEM DO DIA Nº 1/2011

Assunto: 146º Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo – Data Magna da Marinha

No dia 11 de junho de 1865, destemidos brasileiros protagonizaram um dos maiores feitos da nossa história: a vitória na Batalha Naval do Riachuelo, o que concorreu, decisivamente, para o desfecho favorável na Guerra da Tríplice Aliança. 

As hostilidades, que culminariam com aquele embate, haviam começado em 1864, quando ocorreu a invasão das províncias de Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Naquele tempo, os navios da Esquadra eram inadequados para a região do conflito, onde os rios, pouco profundos, exigiam barcos com pequeno calado. 

O Almirante Joaquim Marques Lisboa, Comandante-em-Chefe da Esquadra, então Visconde de Tamandaré e que, mais tarde, se tornaria o Patrono da Marinha, atribuiu a tarefa de realizar o bloqueio dos Rios Paraguai e Paraná, a fim de cortar a principal linha de apoio logístico do adversário, ao Chefe-de-Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva, o qual, mesmo com todas as dificuldades, conseguiu retomar a cidade argentina de Corrientes, importante posição para o cumprimento da missão, fundeando o seu grupo-tarefa nas proximidades. 

Assim, naquela manhã do dia 11, o inimigo, armado com oito naus, seis barcaças artilhadas a reboque e dispondo de tropas e canhões ao longo da margem esquerda do Rio Paraná, o que constituía uma enorme vantagem em relação às nossas embarcações, cujos cascos eram de madeira, decidiu desfechar o seu ataque, visando interromper a obstrução imposta, sendo travado um combate decisivo para ambos os contendores. 

Graças às suas coragem, iniciativa e perspicácia, o Almirante Barroso conseguiu contrapor-se à investida do oponente, infringindo-lhe pesadas baixas e obrigando-o a bater em retirada. Na luta sangrenta e cruel, evidenciaram-se diversos atos de bravura e de amor à Pátria, inclusive com o sacrifício da própria vida, como aconteceu com o Guarda-Marinha Greenhalgh e o Imperial Marinheiro Marcílio Dias. 

Hoje, cabe-nos relembrar as passagens valorosas de Riachuelo, reafirmando a crença e o compromisso com os exemplos que nos foram legados por aqueles que, há 146 anos, lutaram, com suprema dedicação, pela integridade territorial. 


Na atualidade, a conjuntura geopolítica mudou e a Marinha vem acompanhando as transformações, estando comprometida com os anseios de uma Nação moderna e significativamente mais atuante no cenário internacional, o que tem exigido, de seu pessoal, a mesma motivação e adaptabilidade dos marinheiros daquela época que, apesar de não disporem de meios adequados, lograram superar os óbices que se apresentaram. 

Se as distâncias físicas entre os países permanecem inalteradas, o mesmo não se pode afirmar acerca da maior interconectividade de seus povos, fato extremamente contemporâneo. Para atuar nesse novo ambiente, a nossa Instituição vem se desenvolvendo, revendo paradigmas e criando outros; contudo, sem se esquecer dos ensinamentos do passado, que representam o arcabouço do que somos e que indicam a trajetória que devemos seguir para atingir o que pretendemos ser. 

A Marinha do presente continua empenhada em sempre se aproximar da sociedade, enfatizando as potencialidades e as riquezas das nossas águas jurisdicionais e mostrando a necessidade de dispor de uma Força Naval atualizada, equilibrada e balanceada, de porte compatível com suas responsabilidades constitucionais, que esteja à altura da estatura do País e seja capaz de garantir os seus interesses na conhecida “Amazônia Azul”. 

O Brasil vem desempenhando um papel relevante no mundo. Temos recursos minerais abundantes, diversos deles localizados na Plataforma Continental e alguns com significativo valor estratégico; possuímos condições climáticas favoráveis à produção de alimentos; e detemos grandes reservas de água potável. Isso nos leva a visualizar um futuro promissor, aliando desenvolvimento econômico com preservação ambiental; garantindo a melhoria das condições sociais das pessoas; e investindo em independência científico-tecnológica. Por outro lado, não podemos descartar a possibilidade de surgirem movimentos espúrios, contrários à consecução dessa destinação nacional. Daí a importância de contarmos com um Poder Naval que, efetivamente, contribua para a dissuasão e para a garantia da soberania. 

Dentro desse enfoque, cabe-me ressaltar que o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) já é uma realidade, tendo a construção do primeiro deles sido iniciada em 2010, além das obras da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, da Base e do Estaleiro, em Itaguaí, estarem em pleno andamento e cumprindo o cronograma estabelecido, o que permite antever que, em alguns poucos anos, faremos parte do seleto grupo das cinco nações capazes de construir e operar submarinos com propulsão nuclear. 

Meus comandados! 

No momento em que comemoramos a nossa Data Magna, devemos relembrar as lições que nos foram transmitidas pelos heróis de Riachuelo e somar esforços no sentido de alcançarmos a Marinha que o Brasil necessita e que tanto desejamos. 

Por fim, ao hastearmos os sinais de Barroso nos mastros dos navios e das Organizações Militares em terra, devemos exaltar a memória daqueles que defenderam a Pátria em 11 de junho de 1865 e que, assim como os marinheiros de hoje, viram nos desafios, não obstáculos, mas motivação para continuarem seguindo sempre adiante.

JULIO SOARES DE MOURA NETO
Almirante-de-Esquadra 
Comandante da Marinha 



- No Transcurso do Evento, as seguintes praças foram promovidas à graduação de Suboficial:
     1SG-MA SAMUEL
     1SG-ES MARCOS SEVERIANO
     1SG-EF BENITES

- Promoção a Segundo-Sargento:
     3SG-ES MARTINS
     3SG-AR MENEGHELLI (CPSC)
     3SG-AD JOSÉ RICARDO (CPSC/16ªCSM)


- Foram agraciados com a Medalha Militar de Ouro com Passador de Ouro - por contar com mais de 30 anos de bons serviços prestados à Marinha do Brasil - os seguintes militares:
     SO-MA NILO
     1SG-EF BENITES
     1SG-AD ESPÍRITO SANTO


A cerimônia contou com a declaração a Grumete dos Aprendizes-Marinheiros, mediante a troca da fita de seus chapéus.  Os novos Grumetes ostentarão a partir de então em seus chapéus a frase "MARINHA DO BRASIL", por ocasião da graduação alcançada.